sexta-feira, 11 de março de 2011

Soneto de Fidelidade - Vinicius de Moraes

Depois de um dia e tanto de trabalho, enfim, 21:00 em casa, e ao sair do trem enquanto caminhava pela estação,  notei um painel com este poema, colocaram hoje a tarde, pois não estava pela manhã quando passei.
Excelente  semana para todos!



Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.




Vinicius de Moraes, "Antologia Poética",
Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.






Até mais,



Marieci

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